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HUMANIZAÇÃO DO PROFISSIONAL.

Por Valcapelli

A atividade profissional tem se tornado cada vez mais intensa. Geralmente o expediente não tem sido suficiente para dar conta dos serviços, trabalha-se até mais tarde ou leva serviço para casa. Cada vez mais o trabalho está entrando nos lares e fazendo parte das famílias. Quem não leva serviço para casa, carrega as preocupações e as angústias das ocorrências vivenciadas durante o dia. Isso causa nervosismo e intolerância com os entes queridos, comprometendo a harmonia nos lares.

O trabalho invade a mente das pessoas e reprime suas expressões afetivas. Com isso, a vida pessoal tem sido sufocada pelos conteúdos profissionais; praticamente não sobra espaço para as pessoas serem pais, mães etc.

Mesmo estando ao lado dos seus entes queridos, as preocupações com o trabalho deslocam as pessoas, tornando-as ausentes. Esses distanciamentos emocionais provocam lacunas afetivas, que comprometem os laços familiares, desestabilizando o núcleo da família. As consequências desses comportamentos costumam ser desastrosas. Os filhos crescem carentes ou revoltados, o relacionamento entre o casal pode ser prejudicado etc.

Não raro as pessoas se relacionam mais com o serviço e com os colegas de trabalho e do que com os próprios entes queridos. Essa relação enaltece a responsabilidade, reforça a maturidade, mas enfraquece a ternura e docilidade. Nem sempre os componentes afetivos são externados com quem são divididas as tarefas. As próprias tensões do trabalho restringem a manifestação desses componentes. Entre ser afetivo com os parceiros ou eficiente na execução das tarefas, a eficiência possui elevado valor profissional.

As pessoas desempenham suas tarefas com uma espécie de couraças que as distanciam umas das outras. O acúmulo de tarefa torna-se uma espécie de “blindagem relacional”; elas focalizam o serviço e não se integram com aqueles que estão a sua volta. Geralmente as relações no trabalho são superficiais e pouco fraternas. Os cargos muitas vezes substituem os nomes; é o chefe, o subordinado, o porteiro, o garçom, o motorista e assim sucessivamente. O Ser é sufocado pelas condições profissionais. O trabalho forma uma espécie de engessamento afetivo, que se desloca para a vida pessoal, as pessoas passam a serem distantes e até indiferentes com seus entes queridos.

As trajetórias de vida nos centros urbanos têm praticamente o seguinte curso: as pessoas amadurecem, constituem família e se profissionalizam. Dedicam-se a produzir no trabalho, para “subir” na carreira e melhorar o seu padrão de vida. Passam a viver em função de gerir recursos de sobrevivência própria para a família. Excedem seus limites para atender às exigências da empresa e manterem a estabilidade econômica.

Num certo momento da existência, faz-se necessário refletir acerca do significado dessas condutas e o “preço” que se paga por viver dessa forma: que marido ou esposa a pessoa se tornou. Cadê o afeto e o carinho para com quem comunga dos mesmos ideais de vida. O amor floresceu e ainda existe nos corações de quem compartilha de uma vida em comum. As responsabilidades e os compromissos do casal não podem sufocar o amor que um sente pelo outro.

Tampouco as relações com os filhos devem ser sufocadas pelas exaustivas tarefas profissionais.  Reflita, que pai ou mãe você tem sido? Têm preservado o espírito de comunhão com os seus filhos; ou as responsabilidades com a educação reprimiram o carinho, gerando frequentes conflitos nos relacionamentos.

A educação dos filhos se dá em meio a esses emaranhados profissionais. Tão importante quanto os ensinamentos é o sentimento manifesto cotidianamente. A humanização dos profissionais proporciona mais afeto aos entes queridos, evitando carências e revoltas dentro de casas.

Conduza a sua vida na direção da pureza dos sentimentos, navegue pelo mar da afetividade, mesmo durante o cumprimento das tarefas, procure tornar gostoso a execução das tarefas. Pois a satisfação no trabalho colabora para a realização pessoal.

VALCAPELLI – Psicólogo, Escritor, Metafísico e Cromoterapeuta.

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